Como precificar suas criações

Precificação

Por Iara Tedeschi @iaratedesch

Pra colocar preço em sua peça vc tem que pensar em muitas coisas:

1º- Anotar quanto você gasta com cada material, por exemplo se fez cópia em resina, quanto gastou de resina com cada cópia, quanto de tinta usou, dependendo a massa tem que contar também, por exemplo quanto de polymer clay usou, arame, papel alumínio, gás de cozinha ou eletricidade do forno pra assar a peça, ou quanto de biscuit, etc, até quanto de luz e água que gastou limpando seus pincéis vocês pode tentar calcular e adicionar. E se fez molde eu considero os gastos dele dividido entre algumas cópias, não coloco o gasto todo em uma cópia só, mas na dúvida se vai vender mais de uma cópia então pode colocar pra não ficar com prejuízo;

2º- Tem que decidir quanto vale sua mão de obra, e isso só você consegue definir, por exemplo, se você acha justo ganhar 10 reais por hora pode colocar, se acha que vale 100 reais sua hora, pode colocar também, mas na minha opinião uma pessoa que ainda não tem muita habilidade e ainda demora muitas horas pra terminar uma peça não tem como cobrar tão caro, mas tem que conseguir aumentar com o tempo;

3º- essa parte pouca gente lembra, mas tem a questão do lucro, que é diferente do valor do seu trabalho, você pode adicionar uma porcentagem no preço final pra conseguir juntar só pra investir em cursos, ferramentas e materiais em geral, por exemplo, apesar de um pincel durar anos ele tem um desgaste a cada trabalho, da mesma forma a clay, você acaba perdendo um pouco mesmo que mínimo, mas uma hora vai precisa repor e é muito complicado colocar esse preço nos materiais, e pode usar o lucro pra melhorar suas habilidades fazendo cursos, investindo em você sem ter que pegar da sua mão de obra. Eu coloco essa porcentagem quando sei que posso cobrar um pouco a mais, e quando vou fazer algo pra algum parente ou amigo eu tiro essa porcentagem como desconto, sei que não tá certo, mas funciona pra mim;

4º- Tem que pensar em frete caso tenha que enviar a peça, além da embalagem, e se for entregar pode colocar a gasolina que gastou;

5º- Fazer um levantamento de quanto outros artistas estão cobrando por peças parecidas também pode ser bom, assim você não cobra tão barato e nem tão caro ao ponto de ninguém comprar de você, mas nessa área é um pouco complicado isso, não dá pra comparar um Kratos feito pelo artista original com um escultor iniciante, mesmo que tenha ficado tão lindo quanto;

6º- Pensando no tópico anterior devemos saber a diferença entre preço e valor, preço é basicamente o dinheiro que foi gasto na produção da peça, é algo mais palpável, valor é quanto aquilo significa pras pessoas, se uma pessoa ama seu trabalho ela vai pagar o que for pra conseguir a peça, se você é famoso o valor da sua peça sobe facilmente, hoje em dia reconhecimento em redes sociais ajuda também, e quanto mais encomendas você estiver recebendo mais deveria aumentar o preço das peças, porque estão sendo valorizadas, não caia no erro de muitas biscuiteiras (por exemplo) que aceitam encomendas de centenas de peças com preços baixos, a artista se mata pra fazer todos e ganha pouco, assim nunca será valorizada, além de ser difícil ter um bom acabamento em peças feitas com pressa, prefira ter menos encomendas e dar o seu melhor em cada uma.

Lembrando que essa é minha opinião, funciona pra mim, quem puder contribuir com experiências melhores é só comentar aqui.

Outra coisa, eu uso uma planilha do Fernando Oliveira, nesse link

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